Os Registros da História.
Os Registros da História.
A História da Câmara Municipal de Uberlândia começa em 7 de março de 1892, quando houve a posse dos primeiros 12 vereadores, o que representou o ponto alto de um processo de ocupação do território iniciado em 1817, com a chegada de João Pereira da Rocha.
Antes disso, o registro do primeiro europeu a passar por estas terras, Lourenço Castanho Taques, é de 1669, conforme consta na revista do Instituto Histórico de Minas Gerais, Volume IX, 1962. Seu primeiro nome foi Sertão da Farinha Podre. Assim ficou conhecido pelos desbravadores paulistas, bandeirantes remanescentes da tropa de Bartolomeu Bueno da Silva (1692), o Anhanguera.
Por volta de 1770, foi anexado a Goiás e chamado de Comarca do Novo Sul. Só em 1816 é que essas terras voltaram a pertencer à província de Minas Gerais. Essa região era povoada pelos índios caiapós e também abrigou mais tarde muitos quilombos. Alguns padres pregadores aqui passaram e deram notícia da riqueza da região, especialmente os padres Leandro e Jerônimo, do Colégio Caraça.
Com a retirada dos caiapós para Goiás e Mato Grosso, apareceram os primeiros aventureiros na região do rio Uberabinha, atraídos pelas maravilhas contadas pelos reverendos. Em 1817, João Pereira da Rocha chega para demarcar e tomar posse da sesmaria que recebeu de legado da Coroa Portuguesa. Em 1835, chega Felisberto Carrejo, que adquire parte da sesmaria e, junto com seus irmãos, traz os primeiros meios de industrialização e ferramentas, e o pequeno arraial vai se transformando lentamente em cidade.
Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada a Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846. Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com Dona Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos das Galinhas (Av. Getúlio Vargas) e São Pedro (Av. Rondon Pacheco).
Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha.
Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”. Foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano. Quando o Arraial passou a sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e atualmente denomina-se Rua José Ayube.
Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecida como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila. As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho.
As pequenas e tortuosas ruas que entrecortam o Município se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido. Pelos idos de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade.