A escritora, professora e pesquisadora do Instituto de História da Universidade de Uberlândia (UFU), Dra. Ivete Batista da Silva Almeida, ocupou a Tribuna Livre na primeira sessão ordinária deste mês de dezembro, a convite da vereadora Cláudia Guerra (PDT), para falar sobre os 21 dias de ativismo e luta contra a violência contra as mulheres. Ivete Almeida, que tem ascendência negra, falou sobre a importância do Dia da Consciência Negra que, segundo ela, "alguns tolos consideram que deveria existir apenas a consciência humana".
Ivete Almeida disse que são discursos tolos porque negam os problemas específicos que precisam de atenção, sobretudo uma conscientização sobre as violências sofridas pelas mulheres e contra as pessoas negras. A pesquisadora lembrou que as cotas raciais são uma forma de resistência da população afrodescendente, ao exemplificar com dados da segurança pública a vulnerabilidade da população negra: estatisticamente um jovem negro é morto a cada 23 minutos e a cada 12 minutos uma pessoa é morta por ser negra.
A vereadora Cláudia Guerra foi apresentada como um exemplo de pesquisadora e ativista das causas raciais e das mulheres.
Ivete Almeida ainda argumentou que os negros são apresentados como problemas para a sociedade, quando, ao contrário, "são as pessoas negras que movem a sociedade". Almeida defendeu que a luta e o ativismo não devem ser limitados apenas ao mês de novembro, mas sim, ocorrer durante todo o ano e que a Câmara Municipal, como uma Casa democrática, deve participar, permanentemente, pela conscientização sobre as causas negras e das mulheres.
Departamento de Comunicação (Eithel Lobianco Junior)