A Câmara de Uberlândia celebrou o Dia da Cultura Sertaneja nesta sexta-feira (25) nas dependências da Casa, com a apresentação musical e exposição de produtos da terra, fitoterápicos e aqueles produzidos da tecelagem e da perfumaria de artesanato. O evento, de inciativa do vereador Eduardo Moraes (PSC), promovedor e entusiasta das atividades e trabalho do campo, bem como da cultura raiz, teve participação da secretária municipal de Cultura, Mônica Debs, do vereador Antônio Augusto Queijinho (Cidadania) e de professores especialistas das profissões do campo que palestraram no evento.
O vereador Eduardo Moraes lembrou que o Dia do Sertanejo é um projeto de sua autoria, que foi inserido no calendário municipal de Uberlândia e que aborda vários estilos da cultura sertaneja, desde a Folia de Reis, as comitivas e os organizadores das cavalgadas. “A ideia é não deixar as coisas morrerem (as coisas antigas) e cuidar da nossa tradição”, afirmou ao acrescentar que o evento de hoje tem a proposta de falar da Folia de Reis para os jovens como forma de não deixar a cultura acabar e da juventude participando da cultura sertaneja. Há alguns anos, o vereador conduziu o programa na rádio “Arena Sertaneja”, pelo qual falava com o homem no campo e o produtor rural e, pelo qual também, se aproximou do público jovem.
Para a secretária de Cultura, Monica Debs, o evento de hoje é importante justamente por não estar inserido apenas na música sertaneja, mas em hábitos, estilos de vida, alimentação, modo de fazer, modo de usar, remédios, através das ervas. “Eu vejo como altamente positivo para a nossa cultura sertaneja”, disse a secretária, ao afirmar que hoje a cultura sertaneja raiz encontra dificuldades diante do progresso, como o êxodo rural, a falta de vontade da juventude em aprender práticas como as de tecelagem, de ter conhecimento sobre as ervas e de todo o jeito de viver do sertanejo. “Modo de viver, comer, vestir”, enfatizou, ao convidar as pessoas a conhecer as políticas públicas estabelecidas dentro da Secretaria de Cultura para usufruírem.
O vereador Antônio Augusto Queijinho salientou que votou pela aprovação do projeto que criou o Dia Municipal da Cultura Sertaneja, juntamente com o vereador Eduardo Moraes, e que, como sertanejo raiz, lembrou da lei de sua autoria que reconhece como patrimônio público intelectual e material as feiras livres de Uberlândia, aprovada há pouco mais de dois meses, em homenagem aos feirantes. “Essa cultura deve sim ser reconhecida por nós, enquanto legisladores”, afirmou.
Professores do nível superior palestraram no evento e falaram sob a temática “Tradição, Cultura e Profissão: oportunidades para permanência sustentável do jovem no campo”.
A professora da faculdade Unipac, Fernanda Gatti, falou sobre sua formação em medicina veterinária e quais oportunidades para permanência sustentável do jovem no campo, nesse sentido falou sobre a importância da sucessão rural, que requer planejamento e uma gestão compartilhada entre os membros da família com vistas à prosperidade da atividade de campo familiar, e sobre a participação dos jovens em diferentes áreas para atuação profissional na pecuária de corte, se atendo à necessidade de capacitação em virtude do avanço de tecnologia no campo.
O professor de gestão e agronegócio do IFTM, Henrique Pinese, disse que o papel do jovem na cultura sertaneja envolve tradição e também um ambiente de trabalho, fundamental para a própria vida desse jovem. “Hoje eu vejo que o campo tem um aspecto importante em nossa regionalidade, na nossa cultura e abre também um meio onde você (o jovem) pode aplicar os conceitos que foram adquiridos na graduação, na faculdade”, disse o professor, ao defender uma tratativa acolhedora aos alunos e dedicação das faculdades e universidades para formação desse público.
As exposições somaram produtos do Projeto Sementes, da moda sertaneja, com bolsas artesanais de vários tipos, fitoterápicos, produtos do Centro de Tecelagem e da perfumaria de artesanato.
Fonte: Departamento de Comunicação (Emiliza Didier)