A Comissão da Pessoa com Deficiência e da Pessoa com Doença Rara da Câmara de Uberlândia recepcionou a assembleia mensal de abril do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência – Compod - nas dependências da Casa. A reunião, ocorrida na tarde desta terça-feira (11), foi conduzida pelo presidente do Compod, senhor Idari Alves, e acompanhada por representantes de entidades que trabalham em prol das pessoas com deficiência, dentre elas: Associação dos Deficientes Visuais do Triângulo Mineiro - Adevitrim, Associação dos Paraplégicos de Uberlândia – Aparu, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - Apae e Instituto Viva Iris.
Os vereadores, Raphael Leles (União Brasil), presidente da Comissão, e Amanda Gondim (PDT), membro, participaram da audiência para acompanharem a demanda apresentada pela classe, em especial nas questões que envolvem acessiblidade no transporte público e atendimento a alunos com deficiência nas escolas por iniciativa de instituições, como o Instituto Viva Iris.
Idari Alves disse que o Conselho entrou o ano de 2023 realizando assembleia na Câmara pelo fato do órgão oferecer um espaço melhor e mais confortável para os conselheiros e para estar mais próximo da Comissão Permanente da Pessoa com Deficiência e Doenças Raras. A intenção, segundo o presidente do Compod, é de se fazer um trabalho conjunto entre o Conselho e a Comissão em prol da defesa dos direitos das pessoas com deficiência no município. Para Alves, o Brasil “ainda precisa continuar trabalhando (contra) o preconceito do capacitismo”, o que cria obstáculos para a participação ativa das pessoas com deficiência em todos os âmbitos: sociais, econômicos, políticos e culturais.
Amanda Gondim disse que a Comissão tem trabalhado em conjunto com Compod para que as pessoas com deficiência sejam ouvidas no espaço do poder legislativo. “Não se faz nenhum tipo de melhoria, nenhum tipo de política pública, ou até mesmo leis, sem que se ouça o publico, que é o alvo dessa questão. Então, no caso, essa construção é conjunta”, disse a parlamentar, acrescentando que teve a oportunidade de aprovar um projeto muito importante, de coautoria com o vereador Raphael Leles, que trata da inserção de intérprete de libras nos hospitais da cidade para acompnhar os pacientes surdos e deficientes auditivos. Ela classificou a aprovação do projeto como um avanço, dentre outros, para levantar a pauta da pessoa com deficiência. “(A deficiência) não é uma característica do indivíduo, ela é um obstáculo imposto pela sociedade, então não tem um valor pejorativo como as pessoas, as vezes, coloca. No lugar de ser tutelado, que a gente trabalhe aqui a questão do respeito, da dignidade, da qualidade de vida”, afirmou.
As demandas das entidades foram ouvidas. Edu Charles Faustino, presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Triângulo Mineiro, Adevitrim, citou algumas conquistas relacionadas à acessiblidade para pessoas com deficiência em Uberlândia, como as botoeiras eletrônicas nos semáforos, que garantem o direito de ir e vir dos deficientes visuais e autonomia para atravessar na faixa de pedestre. O que buscam agora é a acessiblidade no transporte publico de Uberlândia por meio de um aplicativo, uma luta antiga da classe, que possibilitará a comunicação do deficiente visual com o condutor do coletivo, chamando o condutor para que ele possa estar aguardando o embarque desse passageiro com segurança e autonomia. “É um sonho, é uma luta que a gente tem ela para que a gente possa andar com mais segurança no transporte coletivo aqui de Uberlândia.
Elismarta Gonçalves, presidente da Associação dos Paraplégicos de Uberlândia – Aparu, disse que a entidade luta, após período da pandemia, por empregos, para inserir as pessoas com deficiência nas empresas. Segundo ela, esse processo se dá por meio da inserção, capacitando as pessoas com deficiência para o trabalho e conscientizando os empresários para dar oportunidade para essas pessoas. “A deficiência não impede a pessoa de trabalhar, é uma pessoa com deficiência, mas a capacidade dela é igual a de qualquer um. É só dar oportunidade para a pessoa, que o desenvolvimento dela é igual”, defendeu Elismarta Gonçalves. Ela diz que a entidade ainda luta por acessibilidade na cidade, especialmente em órgãos públicos, como o Ministério Público.
Aline Giuliani, do Insitituto Viva Iris, trouxe uma demanda a respeito de uma proibição do Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais, o Cemepe (que orienta os trabalhos pedagógicos nas escolas municipais de Uberlândia), a realização de um projeto do Instituto que oferece oficinas com equipes multidiciplinares e especializadas dentro das escolas com atendimento e visitas de alunos pacientes com deficiência rara. “Muitas vezes a gente vai acompanhar, fazer a visita escolar de um paciente nas escolas do município, a gente está sendo recebido como sendo ninguém, sendo que a gente está ali para ajudar, para que a inclusão dessas crianças aconteça de fato”, disse Giuliani.
A assembleia aconteceu no salão João Pedro Gustin.
Fonte: Departamento de Comunicação (Emiliza Didier)