A diretora dos cursos de Psicologia da Universidade de Uberaba, psicóloga e doutora Claudiane Aparecida Magalhães pesquisadora sobre cuidados paliativos e Tanatologia (estudos sobre a morte) compareceu ao Legislativo durante a primeira reunião ordinária do mês de dezembro, realizada no dia 01 em horário regimental, para participar da Tribuna Livre a convite da vereadora Liza Prado (Patriota). Claudiane Magalhães informou que cuidados paliativos são os cuidados de saúde diante de um diagnóstico que ameaça a vida mas que infelizmente ainda é oferecido na terminalidade. Os cuidados são para o paciente e seus familiares, atendendo todos tipos de sofrimentos com equipes multiprofissionais.
Claudiane Magalhães lembrou que a morte é o segundo maior tabu na sociedade e que embora todos são mortais o medo da morte, do desconhecido, acontece por receio em reconhecer a própria finitude e que a pandemia de Covid-19 escancarou a morte com perdas concretas ou simbólicas e levou a um aumento da busca pela saúde mental e do número de pessoas atendidas em centros especializados.
Segundo Claudiane Magalhães a cada morte no mínimo 10 pessoas são impactadas e que nos casos de suicídios o número é muito maior e que é preciso que o sistema educacional, as empresas, as pessoas sejam preparadas para as histórias de sofrimentos e perdas através de acolhimentos e cuidados porque ao cuidar dos à nossa volta é cuidar também de nós.
A vereadora Liza Prado perguntou como vivenciar a morte diante das ações mortais que estamos assistindo nas escolas no Brasil e que preocupam por estarem se tornado rotineiras por conta dos discursos nazistas e da violência; como preparar e ajudar as pessoas envolvidas com tantas perdas como também nos casos de feminicídios que causam tantos traumas.
A transformação, disse Claudiane Magalhães, somente se dará pela educação e além da educação formal e, que nos casos de ações envolvendo o nazismo passa também pelo desconhecimento do que foi o nazismo e suas conseqüências e, que as crianças refletem e reproduzem os comportamentos daqueles que estão em seu entorno.
Para Claudiane Magalhães a morte é parte natural da vida e que é preciso desconstruir os comportamentos violentos e demonstrar as conseqüências deles para a pessoa e para a sociedade e, lembrou o crescimento do número de suicídios entre os jovens vítimas de violências e a necessidade de promover a compreensão entre as pessoas. E, disse Claudiane Magalhães, ninguém está preparado para a morte mas é preciso discutir o tema de forma leve e educativa.
Departamento de Comunicação (Eithel Lobianco Junior)