Uma nova dinâmica para as atividades do Parlamento Jovem Minas 2017 deve situar os alunos como protagonistas de todo processo de construção do programa ao longo dos próximos meses. A inovação no modelo de trabalho para abordagem do tema central deste ano, Educação Política, partiu de um entendimento conjunto entre a PUC Minas de Uberlândia e a Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Uberlândia.
O trabalho, que prevê a divisão dos 15 alunos de cada escola participante do PJ em quatro subgrupos (Pesquisa, Redação, Registro e Audiovisual) dentro dos subtemas do programa: 1º Educação e Currículo, 2º Interação Escola/Sociedade para Educação Política e 3º Gestão Democrática Participativa, será dirigido pelo professor e cientista social, cedido pela Faculdade Católica, Carlos Artur Felippe. A proposta é movimentar os alunos durante os encontros no parlamento e nas escolas, incumbi-los de responsabilidades e atribuições contidas no cronograma do programa (as quais determinarão o êxito dos trabalhos sequenciais) e inseri-los no processo de formação política e de aprendizado mútuo.
Na divisão, parte dos alunos será responsável pelas pesquisas do tema central e do subtema em que estiver inserido; outros participarão da redação de artigos e reportagens das informações colhidas pelos pesquisadores; outros documentarão fotos e vídeos das atividades realizadas em cada reunião; e os responsáveis pelo áudio visual elaborarão o portfólio do programa. Para isso os alunos receberão suporte da Assessoria de Comunicação da Câmara na realização dos trabalhos técnicos. Em síntese, os 60 alunos participantes protagonizarão a própria atuação dentro do PJ.
Artur Felippe, que já atuou na primeira edição do PJ, em 2014, como professor de uma escola do ensino médio, vê uma dinâmica ao dar às palestras um papel secundário nesse processo. “Era uma sucessão de palestras e os alunos ficavam muitos confortáveis, ouvindo da expertise e a experiência de profissionais. Eles ficavam ainda muito se sentindo despreparado. Eu acho que a principal diferença é essa, a gente está tentando corrigir essa falta, já dando, desde já, o protagonismo para eles, já fazendo com que eles de fato já participem, já movimentem”, observou.
O monitor João Vitor Pereira enxerga um modelo mais produtivo nesta edição que possibilitará um trabalho melhor. “Agora eles (os alunos) têm que focar mais, saber produzir e pesquisar”, verificou.
O diretor da Escola do Legislativo disse que os trabalhos visam justamente propor a discussão da Educação Política nas escolas de Minas e que o tema tem com objetivo despertar os diretores e alunos para essa necessidade.
A coordenadora do COC Uberlândia, Mariana Bisaio, acredita que o PJ desperta a responsabilidade que o jovem tem e faz com que ele interaja além dos muros da escola. Nesse processo de construção, ela vê a importância da participação do professores: “Pode ser para alguns professores até um desafio, mas eles vão participar muito sim, eu vejo isso de uma forma muito positiva, eles são sempre referência para os alunos. A partir do momento que os alunos perceberem o envolvimento dos professores eles se envolvem cada vez mais”, opinou.
Desafios para os alunos. Veja como eles se sentem com as propostas do PJ Minas 2017:
“Vai ser uma coisa diferente, uma coisa não habitual que a gente faz todo dia, eu acho que a gente vai conseguir lidar tranqüilo, os alunos que estão aqui são alunos organizados, alunos que focam, se dá certo na escola, vai dar certo aqui também”. Lucas Fonseca Dantas, 17 anos, estudante do 1º ano do Colegio Athenas
É um pouco difícil (a dinâmica do trabalho), mas nada que impossível. Eu me vejo em união com a minha escola e a gente vai conseguir ”. Roberta Rodrigues, 15 anos, estudante do 1º ano da Escola Estadual Ignácio Paes Lemes
“Com a união de todos nós o trabalho pra frente vai ficar muito bom. Muito trabalho, muita união, espero que a união que está agora no começo continue até o final. Tá bem legal”. Anaida Geovana de Faria Neves, 18 anos, estudante do 3º ano da Escola Estadual Ignácio Paes Lemes
“Eu acho que é importante (esse processo), apesar que vai demandar bastante tempo, porque no 3º colegial tem que estudar bastante pra escola mesmo e pros vestibulares, mas eu acho que é importante para a gente entender como que funciona a política de verdade e sentir, na pele mesmo como que vivenciar isso”. Hélio Mendes de Oliveira Junior, 17 anos, aluno do 3º ano do Colégio COC Uberlândia
Texto: Emiliza Didier