A Comissão Mista de Participação Popular, presidida pela vereadora Dandara Tonantizin (PT) e a Comissão de Educação, Cultura e Ciência, presidida pelo vereador Murilo Ferreira (Rede) realizaram reunião extraordinária conjunta no dia 29 de março, a partir das 9:00h no plenário do Legislativo, para debaterem os reflexos da greve dos professores estaduais em Uberlândia. Participaram também do evento a vereadora Amanda Gondim (PDT) e a vereadora Cláudia Guerra (PDT) de forma remota, além de lideranças sindicais e representantes dos professores, aposentados e auxiliares de serviços gerais.
Aberta a reunião pela vereadora Dandara a vereadora Amanda Gondim ocupou a tribuna denunciando o desmonte do funcionalismo público em Minas Gerais e que é obrigação do Legislativo local recebê-los e apoiar a luta deles pelo cumprimento do piso nacional dos educadores. O vereador Murilo Ferreira afirmou que as lutas pela educação são batalhas constantes e em várias frentes porque no governo Bolsonaro e Zema iniciaram a prática da terceirização e privatização da educação por isso apóia irrestritamente as manifestações e reivindicações legítimas dos profissionais da educação.
Representando o Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sindiute) o professor Neivaldo Lima afirmou que a luta não é só deles mas uma corrente contra os ataques do governo Bolsonaro que é negacionista, contra a ciência e contra a educação. Neivaldo Lima lembrou que em 2018 foi aprovada emenda à Constituição de Minas Gerais estabelecendo que o piso nacional deve ser cumprido pelo governo mineiro e, que os deputados estaduais têm até o dia 24 de abril para votar a Lei do Piso, emendas, e enviarem ao governador para sanção; portanto é preciso estarem atentos para que se houver vetos sejam derrubados pela Assembleia Legislativa.
A inspetora Cristine Bento explicou a dificuldade de participação deles na greve porque o governo mineiro cortou o vale alimentação de R$47,00 dos grevistas, intimidando a participação porque precisam desse valor para comerem. Cristine Bento considerou que não podem privatizar a formação continuada, suporte pedagógico que é função do estado. A auxiliar de serviços gerais, que atua como merendeira, Ana Lúcia informou que após 33 anos de trabalho não ganha nem um salário mínimo e pediu que seja apurado o fato de merendeiras profissionais estarem registradas na carteira digital como coletora de lixo e limpadora de vidraças.
A professora aposentada, representando a categoria, Claudete Correntino disse que o salário não dá para as despesas e que estão comprometidos com cartões de crédito, juros de bancos e por isso precisam continuar trabalhando. Após 32 anos de trabalho, a professora Rosângela Alecrim disse que muitos talvez não venham a aposentar porque o salário não dá para sobreviver e cobrou a presença dos demais vereadores que prometeram em campanha apoio à educação e, alertou sobre as parcerias público/privada (PPP) que é um sistema de privatizar a escola pública e sucateamento dos empregos pelas ONGs do setor privado.
Participou de forma remota a professora Denise de Paula, da direção do Sindiute, que afirmou que é uma vergonha para Minas Gerais ter trabalhadores na educação recebendo menos que um salário mínimo e pediu aos professores para estarem atentos à votação da emenda à Lei do Piso e que é preciso estarem mobilizados para exigirem o pagamento do piso nacional e manterem a luta até que o governo de Minas pague o que lhes é de direito e recomponha os salários dos profissionais da educação que estão sem reajustes desde 2017 e, que é preciso também debater as prioridades do governo e para onde estão indo os recursos.
Também de forma remota participou a vereadora Cláudia Guerra que afirmou ser preciso pressionar o governo para que pague o piso salarial dos professores e lamentou o que tem acontecido no Governo Federal com desvios de recursos da educação, denúncias de propinas e tráfico de influências. E que a educação municipal também precisa ser discutida, principalmente o não atendimento de crianças com deficiência. Vários outros oradores ocuparam a tribuna para debaterem o tema da reunião e expressarem apoio ao movimento dos professores estaduais em greve.
Departamento de Comunicação (Eithel Lobianco Junior)