A Câmara Municipal recebeu durante a 8ª reunião ordinária do mês de abril, realizada no dia 10 em horário regimental, representantes do Movimento Negro Unificado de Uberlândia, dos congadeiros, moçambiqueiros, marinheiros e irmandades religiosas para protestarem contra fala na tribuna da vereadora Janaína Guimarães (PL), que é relatora da Comissão de Educação, Cultura e Ciência, quando foi contra a aprovação de verbas para a Festa do Rosário e São Benedito, conhecida como a Festa do Congado.
A líder do Movimento Negro Unificado, Conceição Leal, afirmou que lutam por um mundo mais igual, que quando vieram da África foram como escravizados e prisioneiros, separando famílias e do seu território natal. Conceição Leal disse que a Festa do Congado é uma manifestação de dor e alegria que une as lutas do povo negro e a religiosidade em um só momento numa festa junto com a Igreja Católica.
O capitão de Congo, Ramon Rodrigues, informou que vereadora já foi cassada no estado de São Paulo por racismo e pediu que, no mínimo a vereadora seja afastada da Comissão por sua fala preconceituosa. Falou em nome da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito a liderança Márcia Helena Assunção que também pediu a saída da vereadora por não estar à altura do Parlamento. O presidente da mesma Irmandade, Denilson Nascimento, considerou o ato importante para manifestarem suas indignações e que já é a segunda vez que outro parlamentar fez uso de fala preconceituosa no Legislativo há dois anos e que não podem compactuar com o preconceito.
Denilson Nascimento disse que quando a vereadora afirmou contra o projeto para ações culturais esqueceu a história dos antepassados negros que construíram o Brasil e Uberlândia. Denilson Nascimento pediu respeito da vereadora de primeiro mandato à história deles e da Irmandade que já tem mais de 100 anos e recebeu comendas locais, estaduais, e nacionais além de gerar mais R$5milhões de renda para o município de Uberlândia. Denilson Nascimento pediu o cumprimento das garantias constitucionais e respeito às tradições e história do povo negro que não chegou ontem para construir a nacionalidade brasileira.
Eithel Lobianco Junior
Jornalista CMU – 8186
Seção de Jornalismo