O ciclo de palestras sobre violência contra a mulher, tema central do Parlamento Jovem Minas 2018, teve início na tarde desta quarta-feira (04) com a temática “Violência nos espaços institucionais de Poder” abordada pela Profª Drª Giovanna Cunha Gadia. A apresentação contou com a participação de jovens inscritos no PJ Uberlândia, mulheres, estudantes de direito, professores e assessores da Câmara Municipal de Uberlândia.
A professora abordou sobre o conceito de violência de gênero e as formas de poder e dominação do homem e a submissão da mulher culturalmente difundida no Brasil entre as décadas de 50 a 70 por meio de instrumentos legais, institucionais e da mídia. Para atender o público jovem, Gadia explorou a exibição de vídeos que definem e alertam sobre a violência vivenciada por mulheres, em especial a violência velada, que atinge a moral e subestima a capacidade de gerenciamento da mulher fora do ambiente domiciliar.
Ainda no quesito de violência no mercado de trabalho, as diferenças raciais foram levantadas tendo as mulheres negras e indígenas situação ainda mais desfavorável em comparação com os homens quando ocupam cargos melhores. Para Gadia, esse quadro é verificado mesmo ainda em países desenvolvidos caracterizando-se como fruto de um contexto sócio cultural.
Reportagens e fontes sócio-econômicas foram citadas para exemplificar que as mulheres não usufruem das mesmas oportunidades e valorizações dadas ao homem quanto, por exemplo, aos salários pagos. Um vídeo com relatos de jornalistas brasileiras mostrou os assédios sofridos e relatou a tentativa de subjugá-las quanto à suas capacidades de atuarem em áreas que antes eram preenchidas por profissionais do sexo masculino. A hastag ficou conhecida: #DeixaElaTrabalhar#
Gadia explicou que esses fatos criam paradigmas muito equivocados que podem encaixotar as pessoas: “Vai se construindo na base do preconceito”, afirmou. Ainda foi abordada a dificuldade que mulheres ativas no mercado de trabalho encontram para engravidar. Muitas vezes elas são obrigadas a escolher entre constituir uma família ou manter o emprego. “O homem pode ser pai sem sofrer abalo em sua condição laboral”, argumentou.
A palestra foi importante para trazer à luz o papel secundário que a mulher vinha vivendo desde a época imperial no Brasil, sem direito a ler, freqüentar uma escola e nem ainda a votar. Atualmente se discute a pouca representatividade da mulher na política, mantendo índices de pouco mais de 10% nos cargos eletivos, mesmo sendo elas as que mais ocupam as cadeiras nos cursos de graduação e as que mais passam em concursos públicos.
O diretor da Escola do Legislativo, que coordena o PJ Minas Uberlândia classificou a palestra de hoje como extremamente importante para se conhecer a violência moral, intelectual de se subjugar a mulher e defendeu que a mulher deve ganhar e ser respeitada como o homem.
A estudante do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Teotônio Vilela, Larissa Ferreira, disse que o tema de hoje é novo e que deve ser debatido por todos para que as mulheres tenham espaço dentro da sociedade. O aluno do 3º ano da Escola Estadual Parque São Jorge, Lucas Rocha, acredita que a palestra de hoje foi importante para saber como se posicionar no dia a dia escolar com as práticas machistas e não se omitir diante dessas situações.
Fonte: Departamento de Comunicação CMU (Emiliza Didier)