Empreendedorismo, medidas protetivas para mulheres vítimas de violência doméstica e espaço para a mulher na sociedade foram temas debatidos na tarde desta quinta-feira (14) no plenário da Câmara Municipal. O evento foi aberto pelo presidente da Casa, vereador Hélio Ferraz – Baiano na presença das vereadoras Jussara Matsuda (PSB), responsável pela iniciativa do evento, Michele Bretas (Avante), da delegada responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Uberlândia, Alessandra Rodrigues Cunha, da diretora da Escola do Legislativo, Simone Cabral e de outras mulheres que representaram instituições do estado.
Jussara Matsuda alertou sobre o feminicídio e o classificou como crime de ódio contra a mulher. Ela também disse acreditar que a sociedade está doente em decorrência dos constantes casos de violência também contra crianças e idosos. A vereadora, que é médica e empresária, incentivou o público feminino a empreender visando uma ocupação satisfatória na vida.
A delegada Alessandra Cunha falou sobre o atendimento prestado pela Delegacia nos crimes contra a mulher praticados por cônjuges, abusos contra crianças, os quais infelizmente 90% acontecem no âmbito familiar e as mulheres idosas vítimas de violência dos próprios filhos. Para Cunha, a dificuldade da Delegacia em tratar com essas vítimas é convencê-las a denunciar maridos e filhos, o que ela chama de ônus do processo. Isso acontece quando a mulher mede as conseqüências da denúncia e chega e ser culpada pelo cônjuge por desfazer a família. Nessa fase, Cunha entrou no que estudiosos da área jurídica classificam como ciclo da violência, em que a vítima não presta queixa, acredita num pedido de desculpas e começa a viver uma “segunda lua de mel”, porém, como o se trata de violência, a prática reincide, o que pode levar ao feminicídio.
A advogada em direito da mulher formada pela UFU, Amanda Gondin, debateu sobre os direitos e igualdade das mulheres, a necessidade da mulher ocupar espaços e ter voz, como no parlamento e disse que estava ali representando mulheres que não vão ter a oportunidade de estar na Câmara Municipal para ser ouvida. Gondin disse que, com a formação, encara hoje o direito como um instrumento de transformação social.
Fonte: Departamento de Comunicação CMU (Emiliza Didier)