Representantes de diversas entidades ligadas a área do comércio, indústria e profissões estiveram reunidos na Sala de Reuniões Dr. Pedro Gustin no final da tarde desta última terça-feira (09) para antecipar sugestões e propor caminhos para resolver o problema da falta de acessibilidade em prédios antigos de Uberlândia que são usados para o atendimento público em empresas e iniciativas privadas. Uma audiência pública sobre o assunto será realizada na Câmara Municipal de Uberlândia no próximo dia 24 de julho, às 19h.
O debate se deu em torno da dificuldade de estabelecimentos privados cumprir a exigência de construção de rampas, banheiros acessíveis e de implantação de elevadores em instalações antigas, muitas das quais não foram construídas para suportar mudanças estruturais mais robustas, outras nem mesmo apresentam laudo de engenharia favorável para a construção de rampas. Além de tudo, os representantes de entidades como a Unedi, Asseng, Crea, Sindicato dos Contabilistas, Sindicato Rural, SindiPan, London Pub, Sindicato do Comércio, CDL, SindiComércio, dentre outros, pontuaram questões mais delicadas como a falta de recursos financeiros para arcar com esses custos. Só para instalação de elevadores, segundo os representantes presentes, há um orçamento médio no mercado em Uberlândia em torno de R$ 35 mil.
O presidente da Unedi, Marco Guerreiro, disse que várias empresas não conseguiram se adequar às exigências de funcionamento para obtenção do alvará no que tange à acessibilidade. Outras, que funcionam em prédios antigos, aguardam facilidades de implantação por parte do poder público para serem concretizadas. João Batista, da Unipsico, da cooperativa de psicólogos de Uberlândia, adiantou que 50% dos profissionais não têm condições de adequar os imóveis onde trabalham devido aos custos e propôs a criação de um alvará residencial para essa classe, que muitas vezes atende em casa e cobrar a acessibilidade somente para os casos de efetiva necessidade. Dagmar dos Santos representou o Sindicato Rural e relatou que empresas da cidade não querem mais montar stands em feiras e no Camaru devido a exigência da acessibilidade.
A reclamação também partiu do Sindicato dos Contabilistas de Uberlândia, na pessoa do Benedito Côrtes. Ele disse que muitos desses profissionais também atendem em casa atualmente e não querem alterar o imóvel em função da exigência de característica comercial. “Inviabiliza muito todo ambiente ser modificado para acessibilidade”, frizou. A proposta da entidade é possibilidade de se fazer convênios entre empresas e indicar clientes que possam ser melhor atendidos em ambiente adaptado. Houve manifestação também por parte do SindiPan, que revelou um percentual de 30% de empresas no ramo de panificação sem alvará em função da exigência de acessibilidade, que não podem emitir nota fiscal e que aguardam um acordo que facilite a adequação da lei em imóveis com mais de 20 anos.
Os vereadores Antônio Carrijo (PSDB) e Hélio Ferraz – Baiano (PSDB), autores da iniciativa da audiência pública têm pela frente o desafio de enquadrar a cidade de Uberlândia cada vez mais na lei de acessibilidade, o que já garantiu ao município o exemplo de cidade acessível, e buscar caminhos para destravar o funcionamento de empresas, desburocratizando, e da economia.
Fonte: Departamento de Comunicação CMU (Emiliza Didier)