Dezenas de assessores e servidores da Câmara de Uberlândia estiveram atentos às explicações da fisioterapeuta Tais Rezende, que dedicou tempo na tarde desta quinta-feira (15) para falar sobre “Ergonomia em home-office” na palestra promovida pela Escola do Legislativo. A profissional ajudou os participantes a compreenderem melhor a nova modalidade de trabalho imposta pela pandemia, que na Câmara Municipal foi instituída em março de 2020 e limita em dois funcionários a presença de pessoas nos gabinetes.
As informações foram baseadas na Norma Regulamentadora No. 17 da Inspeção de Trabalho que estabelece parâmetros para permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Segundo Rezende, novas normas surgiram em virtude do aumento da freqüência do trabalho em casa com o alongamento da pandemia e, por isso, a Associação Brasileira de Ergonomia disponibilizou folhetos para pessoas e empresas se informarem.
Essas normas se aplicam a questões como postura, iluminação, aspectos psicológicos e organizacionais. Rezende elencou riscos biomecânicos como ficar por muito tempo sentado (a) e a necessidade de incluir pausas a cada 20 minutos de trabalho, caminhando pela casa. Dentre outros alertas, foram abordadas necessidades como a de se alternar estações de trabalho, hora sentado, hora em pé; de se evitar a flexão freqüente da coluna (a dica é enviar mensagens de texto pelo computador, olhando para frente e não pelo celular, o que leva a pessoa a baixar a cabeça); digitação contínua (dica: manter teclado mais próximo de si para manter angulação correta de cotovelo e punho).
A questão do mobiliário foi bem destacado na palestra. Rezende chamou atenção para a necessidade de se ter, pelo menos, uma cadeira ergonômica em casa e fazer regulagem entre altura da mesa e da cadeira, formando o ângulo de 90° do cotovelo. “Se tiver um braço, tem que ser regulável pra não ficar distante da mesa”, alertou, acrescentando que a cadeira deve ser também giratória para não girar o tronco. Dentre outros aspectos, foi abordada a necessidade de apoio para os pés, especialmente para pessoas baixas, a fim de se evitar problemas no retorno venoso. Uma dica é usar caixas, de madeira, por exemplo, para ficar com a regulação correta, incluindo os joelhos, durante o trabalho.
O caso das 'quinas vivas' nos móveis planejados também foi motivo de alerta, uma vez que muitos funcionários têm o costume de comprimir os dedos e braços, ocasionando, muitas vezes, tendinites. A dica mais econômica para esse caso foi a colocação de EVA’s de papelaria em cima e embaixo das mesas.
Segundo a NR 17, também é preciso garantir a movimentação ao se estar sentado, por isso mesas estreitas e cheias de gavetas são proibidas, uma vez que podem prejudicar a mobilidade e atingir os joelhos. Os trabalhadores também devem evitar flexionar os joelhos para trás da cadeira, uma vez que o perigo está no desenvolvimento da artrose.
Tais Rezende ainda ensinou alguns exercícios para serem feitos em casa e treinou alguns deles com os participantes, movimentando mãos, dedos e pés. A palestrante finalizou alertando que o principal risco do home-office é o excesso de trabalho pelo acréscimo das atividades de casa. Para isso, a dica é cumprir o horário determinado pela empresa e estar atento às questões de ruído, iluminação e temperatura que, desregulados, podem gerar desgastes.
Fonte: Departamento de Comunicação (Emiliza Didier)